Quando um relacionamento inicia, os dias são dominados pela paixão e diversos planos e sonhos são compartilhados pelo casal. No entanto, com o passar do tempo, a relação pode acabar se tornando um pesadelo. E, caso não se saiba a hora certa de colocar um ponto final nela, as consequências podem ser ainda mais desastrosas. 

Há muito preconceito ainda com o divórcio, fazendo com que muitas mulheres continuem em relações infrutíferas por conta da religião, dos filhos, ou até mesmo por medo de não conseguirem prosseguir sozinhas. Mas, há casos em que a separação pode ser a melhor opção para o casal.

Por isso, trouxemos algumas orientações para ajudá-la no momento de tomar essa decisão tão complexa.

1 – Inexistência de diálogo e compreensão

Uma relação é a junção de duas pessoas com históricos completamente diferentes tentando conviver juntas. É uma tarefa desafiadora, que exige muita comunicação para que cada um imponha seus limites e possa fazer os acordos necessários para uma boa convivência.

Mas, para além das conversas, é preciso haver compreensão. Não basta que os parceiros se comuniquem, mas que acolham as falas e os sentimentos uns dos outros, fazendo valer os acordos combinados.

Portanto, se não há mais pontos de comunicação entre o casal, se os acordos não são cumpridos, os sentimentos são invalidados e as discordâncias e discussões são cada vez mais frequentes, este pode ser um sinal de que o divórcio é a melhor opção para o bem-estar dos dois.

2 – Presença de constrangimentos e manipulações

Os gatilhos psicológicos, na maioria dos casos, são os mais difíceis de serem identificados, pois, em muitas vezes, podem ser vistos como o “jeito” ou “personalidade” do parceiro ou até mesmo como uma “brincadeira”. Mas, é sempre importante lembrar: nada é aceitável quando desrespeita o outro. Os limites do que fazem conosco somos nós quem impomos.

Se o parceiro frequentemente ridiculariza seu modo de ser, vestir, se comportar ou até mesmo distorce os fatos para que as ações dele não pareçam tão ruins, isso pode ser um sinal de que você está sofrendo uma violência psicológica, que não pode ser tolerada.

Nesse caso, este pode ser mais um sinal de que o divórcio é a melhor opção para a sua saúde emocional, psicológica e até mesmo física.

3 – Privações ou imposições sexuais

O seu corpo é direito inteiramente seu. No casamento, não há uma obrigação sexual da mulher em satisfazer os desejos do homem, uma crença machista e retrógrada que, muitas vezes, é propagada. É a mulher quem deve ter total poder sobre os momentos em que está disposta a ter uma relação sexual, engravidar e usar métodos contraceptivos.

Se o seu parceiro força relações sexuais (o que também é considerado estupro), controla seu uso de métodos contraceptivos, força uma gravidez, ou inibe o exercício do prazer pessoal, você está sendo vítima de violência sexual. Mais uma vez, este também é um caso em que o divórcio lhe trará de volta a sua liberdade, em especial a liberdade de exercer sua sexualidade de forma livre, leve e independente.

4 – Controle sobre os bens

O aspecto financeiro geralmente é um grande desafio para os casais. Muitos parceiros, com a desculpa de uma “melhor” organização financeira, na verdade privam suas esposas de seus próprios recursos, como salário, ou até mesmo de trabalhar.

É muito importante lembrar: as decisões sobre seus bens devem ser tomadas com a sua anuência, é seu direito movimentá-los, ter conhecimento e fazer deles o que bem entender. Além disso, a decisão de deixar o emprego e cuidar apenas dos trabalhos domésticos deve ser sua e todos os riscos no caso de uma futura recolocação no mercado de trabalho devem ser levados em conta.

Caso contrário, quando você é privada pelo seu parceiro de trabalhar ou de movimentar seu próprio dinheiro, você está sendo vítima de violência patrimonial, sendo o divórcio um meio para que você retome as rédeas de sua vida financeira.

5 – Violência física

Na maioria dos casos, quando um casal chega às vias de fato da agressão física, todos os estágios anteriores já se passaram, sendo este o último. 

A violência física é algo terminantemente inaceitável em um relacionamento, não podendo ser tolerada em nenhuma hipótese. Nenhuma amarra, seja ela social, religiosa ou de qualquer outra natureza pode obrigar uma mulher a continuar casada com seu agressor.

Sendo assim, o divórcio é uma medida mais que necessária para preservar a integridade física da mulher e até mesmo zelar pela continuidade da sua vida.

Fique sempre atenta a todos os sinais que podem indicar que não vale mais a pena investir neste relacionamento. Pese os prós e os contras com muita sabedoria e até mesmo procure uma ajuda psicoterapêutica para amadurecer essa decisão. E, se este realmente for o melhor a se fazer, nós do Patrícia Souza Advogados estamos disponíveis para te ajudar com as medidas jurídicas a serem tomadas, sempre com um tratamento empático e humanizado.

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Um texto escrito por: Patrícia Souza e Matheus Novaes.